Strategy as simple rules

Quando Fred me convidou para escrever no seu blog, por pouco não resisto. Ia falar da crise... O lado economista ainda comanda meu cérebro. No entanto, fui buscar inspiração em colunas passadas aqui do blog. Topei com uma de 2007 sobre o modo de gestão do Google. Na hora me lembrei de um artigo que lí durante o módulo de Estratégia de um mestrado na Inglaterra.

O artigo é um estudo de caso sobre o processo de formulação de estratégia de grandes corporações. Foi publicado em 2001 na Harvard Business Review, se chama “Strategy as simple rules”.

Esse artigo me marcou muito, pois estava imerso no estudo de estratégia. Pode parecer que não, mas o tema, em termos acadêmicos, é fascinante. Parece ciência (ou será que é??). Em classe, costumávamos fazer as mais absurdas simulações de cenários. Com os supostos teóricos de Porter, Ansoff e afins e auxiliados por programas econométricos, resolvíamos todos os problemas das grandes corporações.

Strategy as simple rules, nos pegou em cheio. Ela prega, com uma simplicidade e lógica incríveis, que nos dias atuais, é contraproducente pensar em “estratégia” como aprendemos na escola. Hoje é quase impossível pesar todos os prós e contras na hora de formular uma estratégia. Primeiro porque eles são relativos. E segundo porque podem mudar com a mesma velocidade que se leva para ler essa coluna.

Strategy as simple rules recomenda como processo estratégico a definição de regras e princípios gerais para uma empresa. À partir desse conjunto simples e genérico, a empresa adotaria políticas, objetivos, etc. A norma é não complicar. A premissa básica do simple rules é que a empresa deve ser suficientemente flexível e estar preparada para capturar novas tendências e oportunidades. Em um processo estratégico 100% racional, enquanto gestores estão analisando vantajens e desvantagens de um negócio ou pesando se ela se “enquadra” nos objetivos da empresa, a oportunidade passou ou outra empresa – que adopta o simple rules – à capturou.

O processo estrategico, via simple rules, é dividido em 5 etapas básicas:
- “How to rules”: determinar características básicas de execução dos processos dentro da empresa.
- Limites: enfoque em quais são, conceitualmente, os limites das oportunidades que estarei disposto a capturar.
- Priodidades: Priorizar oportunidades.
- Timing: Sincronizar o timing de captura de uma oportunidade com o momento da empresa, disponibilidade de recursos.
- Saida: Saber quando abandonar as oportunidades de ontem.

O artigo é muito legal. Mas... como tudo em gestão, nao se embrulha para presente. Serve, no entanto, para abrir nossos olhos para darnos conta que nao existem (felizmente!) fórmulas mágicas para gerir um negocio.

http://www.dallascap.com/pdfs/StrategyasSimpleRules.pdf
Posted on 13:34 by Tiago Melo and filed under | 1 Comments »

1 comentários:

Frederico Alecrim disse... @ 8:37 AM

Show de bola Tiago!

Obrigado por contribuir!

Abraços,

Fred