Reputação: o que importa?

Como doutorando full-time estou pesquisando o tema de responsabilidade social corporativa. Já estudei sobre o impacto da RSC na marca da empresa – é positivo e bastante significativo, acreditem! E agora estou focando na influência da RSC na reputação da empresa. Assunto que o Fred já andou tratando por aqui. Pode parecer chato, mas não é. O tema é fascinante.
É mais ou menos universalmente aceito que a reputação é um ativo intangível de altíssima periculosidade, para o bem e para o mal. Acadêmicos vêem estudando há tempos, fatores que impactan na reputação.
Acado de terminar um estudo empírico-econométrico fresquinho sobre isso, usando dados de 320 empresas americanas listadas em bolsa, no período de 2003 e 2007.
Fatores que mais influenciam a reputação de uma empresa: seu tamanho, sua performance financeira, o risco (relação negativa) e a.... responsabilidade social corporativa.
Sobre performance financeira e risco, encontramos resultados que se relacionam muito proximamente com a crise financeira atual. Desempenho contábil, medido pelo retorno sobre os ativos e risco medido sobre dívidas totais sobre ativos totais não importam! O que importa são os indicadores de mercado, valor das ações e o risco beta. Detalhe: o índice de reputação que usamos é a publicada pela revista Fortune anualmente, medido através de questionários enviados para os diretivos das grandes empresas listadas na bolsa de Nova York.
Traduzindo: para a percepção dos grandes executivos americanos, lucro contábil, ou lucro de verdade, aquele que sai nos balanços, auferido através de venda de produtos e serviços, é irrelevante. O que vale de verdade é quanto minha empresa vale em bolsa.
Sobre a RSC, o estudo indica que ela importa e muito para os executivos. E tem mais, a RSC não é uma medida subjetiva. Pelo contrário. As linhas de pesquisa e de ações concretas têm sido divididas em cinco áreas qualitativas: relações com a comunidade, relações com colaboradores, diversidade da força de trabalho, temas ambientais e temas de produtos. Os resultados indicam que para cada setor de negócios, existe um nível optimo e específico de cada uma dessas áreas. Ou seja, cada setor tem suas áreas críticas que são, por sua vez, as áreas nas quais as ações de RSC devem estar focadas. Essa é a famosa responsabilidade social instrumental.
Em breve informo o link para quem estiver interessado em baixar esse estudo.
Posted on 13:53 by Tiago Melo and filed under | 0 Comments »

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